Bruno Lupion e Ricardo Chapola, de O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - O PSC
quer indicar o deputado federal e pastor Marco Feliciano (PSC-SP) para
presidir a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos
Deputados. Em 2011, Feliciano foi protagonista de uma polêmica ao
escrever, em sua página no Twitter, que o amor entre pessoas do mesmo
sexo levava "ao ódio, ao crime e à rejeição" e que os descendentes de africanos seriam "amaldiçoados".
Um
acordo de lideranças na quarta-feira, 27, estabeleceu que a presidência
da comissão ficará com o Partido Social Cristão. O PT, que
tradicionalmente comandava esse colegiado, abriu mão da vaga em favor da
sigla que faz parte da base de apoio do governo Dilma Rousseff.
Feliciano confirmou ao Estado que, no partido, seu nome é o escolhido para o cargo.
Ele avalia que a
comissão hoje se tornou um espaço de defesa de "privilégios" de gays,
lésbicas, bissexuais e transexuais e defendeu "maior equilíbrio". "Se
tem alguém que entende o que é direito das minorias e que já sofreu na
pele o preconceito e a perseguição é o PSC, o cristianismo foi a
religião que mais sofreu até hoje na Terra".
A possibilidade de
Feliciano assumir a presidência da comissão gerou revolta entre
parlamentares. O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-SP) afirmou ser
"assustador" que o pastor assuma o órgão. "Ele é confessadamente
homofóbico e fez declarações racistas sobre os africanos", afirmou.
Para a deputada
federal Erika Kokay (PT-DF), ex-vice-presidente da Comissão de Direitos
Humanos e Minorias, a escolha do pastor marca uma fase "obscura" do
colegiado, pois a postura de Feliciano atentaria contra os princípios
básicos dos direitos humanos. "Corremos o risco de mergulharmos no
obscurantismo e negarmos a história da comissão. (O nome de Feliciano)
não nos tem dado segurança. Posturas homofóbicas e racistas atentam
contra os princípios básicos dos direitos humanos", disse.
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