Plantão / Operação Allien
Presidente da Câmara será indiciado pela Polícia Federal
O vereador Alderico Campos deve comparecer nesta quinta-feira (25), na sede da Polícia Federal.
Foto: Reprodução
SÃO LUÍS - O vereador Alderico Campos (DEM), presidente da Câmara
Municipal de Paço do Lumiar, município da região metropolitana da
capital maranhense, deve comparecer nesta quinta-feira à sede da Polícia
Federal no bairro da Cohama, onde será informado do indiciamento pelo
delegado Felipe Cardoso Soares que comanda as investigações.
Segundo
informações, Alderico é apontado como um dos beneficiados pela
quadrilha que atuou no Município durante à gestão da Prefeita Bia
Venâncio, afastada do cargo no período da Operação Allien. O
indiciamento de Alderico Campos não tem à adoção de Medida Cautelar pelo
TRF. O parlamentar deve sair da Superintendência da PF sem
tornozeleira eletrônica.
Investigação
O
indiciamento do parlamentar municipal faz parte da investigação da
Operação Allien, realizada no mês de setembro deste ano. Nessa Operação
que localizou suspeitos nos municípios de Paço do Lumiar, São Luís,
Ribamar e Igarapé Grande, os investigares da PF e integrantes da CGU
(Controladoria Geral da União), descobriram um esquema de desvio de
recursos da educação na ordem de R$ 15 milhões que foram repassados pelo
Governo Federal.
A Justiça
Federal adotou medidas cautelares por meio de Tornozeleiras Eletrônicas
em todos os indiciados que até hoje estão sendo monitorados. Pelas
informações, o Presidente da Câmara de Paço do Lumiar, está sendo
indiciado porque foi um dos beneficiados pela quadrilha que atuou no
Município durante à gestão da Prefeita Bia Venâncio, afastada do cargo
no período da Operação Allien.
Entenda o Caso
Cerca
de 90 policiais federais realizaram no dia 20 de setembro deste ano,
uma grande operação – denominada 'Allien' – contra desvios de recursos
federais da Educação em Paço do Lumiar (município da Grande Ilha de São
Luís). Mais de R$ 15 milhões teriam sido desviados. A ação foi resultado
de um trabalho conjunto com a Controladoria Geral da União (CGU).
Medidas
cautelares de detenção domiciliar foram decretadas para 19 pessoas –
entre elas a prefeita de Paço, Glorismar Rosa Venâncio, a 'Bia Venâncio'
(PSD), 58 anos, e seu filho, o vereador Thiago Rosa da Cunha Santos
Aroso (também do PSD), 26, que já estão sendo monitorados por
tornozeleiras eletrônicas. O monitoramento é por tempo indeterminado.
A
mesma medida foi aplicada a três auxiliares de Bia: Francisco Morevi
Rosa Ribeiro (ex-secretário de Orçamento e Gestão), Eduardo Castelo
Branco (secretário de Orçamento e Gestão) e Cinéias de Castro
(secretário de Obras). Os outros 14 monitorados são servidores públicos e
empresários ligados à quadrilha. Todos os investigados estão afastados
de suas funções – inclusive a prefeita.
A
operação 'Allien' também cumpriu 20 mandados de busca e apreensão.
Foram apreendidos R$ 255 mil, uma arma de fogo, 35 computadores,
documentos e cinco carros de luxo.
Os
policiais estiveram em residências e escritórios localizados em três
municípios: Paço do Lumiar, Igarapé Grande, São José de Ribamar e São
Luís.
De acordo com a PF,
recursos do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação
Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) e do Pnate
(Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar), recebidos pela
prefeitura de Paço do Lumiar, eram desviados por meio de empresas
fantasmas e falsificação de documentos.
O
ex-vereador de Paço, Edson Arouche Júnior, o 'Junior do Mojó', seria
dono de uma dessas 'empresas fantasmas'. Ele renunciou em março, após
ser acusado de envolvimento em assassinatos e grilagem de terras. O
cargo foi ocupado por Thiago Aroso, agora investigado.
Tornozeleiras
Em
entrevista coletiva à imprensa, o superintendente da PF no Maranhão,
Cristiano Barbosa Sampaio, disse que 'por conta de uma modificação na
lei penal, o pedido de prisão deve ser considerado como última forma,
razão pela qual o Tribunal Regional Federal da 1º Região determinou o
uso das tornozeleiras eletrônicas'.
Sampaio
informou, ainda, que, 'por meio de GPS, as tornozeleiras mostrará em
tempo real e 24 horas por dia cada passo dos investigados'.
O
delegado federal Felipe Soares Cardoso, presidente do inquérito,
explicou que os suspeitos que estão usando a tornozeleira eletrônica,
devem ficar recolhidos às suas residências no período noturno, bem como
nos finais de semana e nos dias de folga.
Eles
estão também, proibidos de ter acesso ao prédio da prefeitura de Paço
do Lumiar, de ausentar-se da cidade sem prévia autorização judicial e de
manter contato com os outros investigados.
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A desobediência a qualquer dessas determinações poderão implicar na
revogação das medidas impostas e terá como consequência a decretação de
prisão preventiva - disse Cardoso.
Segundo a PF, as investigações tiveram início após uma denúncia de um
ex-funcionário da prefeitura de Paço do Lumiar, que apontou fortes
indícios de verbas federais desviadas desde 2009.
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Convidamos a CGU a atuar conosco e descobrimos saques milionários sem
contraprestação, licitações ganhas e serviços pagos, bem como reformas
escolares, sem a execução das obras, tudo por meio de empresas
fantasmas. O ex-vereador Júnior do Mojó aparece como sócio de uma das
empresas fantasmas, que realizou reformas em escolas públicas - afirmou
Felipe Cardoso.
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